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domingo, 15 de janeiro de 2012

Rumo à Borba

Rumo à Borba


O grande amigo e repórter Walter Filho, de Manicoré, me telefonou querendo saber quando chegaria a Borba e lhe informei que às 11h45, do dia 12.01.2012, e que partiríamos, como de costume às 05h15, de 11.01.2012. Não era possível vencer a distância de 150 km, entre Nova Aripuanã e Borba, em apenas um dia.

-  Partida de Nova Aripuanã (11.01.2012)

A navegação foi relativamente lenta nas proximidades da cidade onde o Rio Madeira se divide em dois braços que contornam uma pequena ilha frontal à cidade. O dia amanhecera com uma leve cerração e uma garoa fina e bastante agradável. O João Paulo começou a me acompanhar quando eu já remara em torno de 20 km, o “surfista” está melhorando a olhos vistos, já não briga tanto com o remo e está aprendendo, aos poucos, a linguagem das águas. Elas, e não o canoísta, que determinam a melhor rota, as águas devem ser acariciadas pelos remos e não violentadas por eles, o navegante deve integrar-se totalmente à sua fluidez captando sua energia e usando-a a seu favor.

Remamos energicamente e sem paradas e fizemos nossa parada definitiva, por volta do meio-dia em uma das primeiras comunidades do Município de Borba. O pequeno sítio era um capricho só, construções limpas e pintadas, terreno capinado e plantações bem cuidadas, chamou-nos a atenção, em especial, o enorme curral que abrigava dezenas de jabutis. Fizemos uma troca de frutíferas por alguns gêneros alimentícios.

-  Partida para Borba (12.01.2012)

Parti no horário costumeiro prevendo uma única parada a meio caminho em um afluente de águas negras que aparecia na fotografia aérea do Google Earth. Lá chegando verificamos que a foto havia sido feita na estiagem do Madeira, o pequeno afluente fora invadido pelas barrentas águas do Madeira sendo possível reabastecer de água limpa a caixa d’água do Piquiatuba.

Os ventos fortes que surgiram, a partir desta rápida parada, retardaram, sensivelmente, nossa progressão. Quanto mais nos aproximávamos de Borba mais intensa a ventania e consequentemente os banzeiros. As ondas ainda não tinham ultrapassado os 60 centímetros de altura não exigindo, portanto, a colocação da saia de “neoprene” para impedir que as águas invadissem o cockpit.

Aportamos exatamente às 11h45 e depois do almoço fui com o João Paulo até o Banco do Brasil, infelizmente os caixas eletrônicos não permitiam o saque e uma estagiária nos informou que somente no dia seguinte às oito horas o saque poderia ser feito. O Banco do Brasil, ao contrário do que se pensa, não é a organização bancária mais presente na Amazônia Brasileira, deixando de cumprir uma importante função social que deveria nortear sua administração. Logo depois fomos procurar um hotel onde eu pudesse me concentrar para escrever os artigos. As informações contraditórias e a péssima apresentação dos mesmos eram impressionantes, resolvi voltar para o barco. Mais tarde o João Paulo descobriu uma instalação decente onde passei minha primeira noite em Borba.

-  Borba (13.01.2012)

Acordei cedo e depois do café fui até o Banco do Brasil fazer o saque e retirar um extrato para informar ao meu pessoal de apoio sobre as novas contribuições. Felizmente mais alguns companheiros investiram no Projeto embora as contribuições até agora só tenham alcançado os 33% do montante total necessário para esta descida de 2.000 km de Porto Velho, RO, a Santarém, PA.


As obras de contenção, jardins e a bela igreja conferem à cidade uma visão bastante agradável para quem a acessa pelo Rio. Infelizmente, como a maioria das concentrações urbanas amazônicas, certas pessoas consideram as calçadas como seu bem particular. Negociantes colocam seus produtos impedindo a passagem de pedestres, moradores chegam a colocar cercas para demarcá-las como “sua” propriedade e condutores irresponsáveis estacionam seus veículos nestes passeios “públicos”.



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